sexta-feira, março 30, 2007

ALEX CONVERSOU COM JAECI CARVALHO

Istambul(Jaeci Carvalho-Estado de Minas) – O sonho do torcedor do Cruzeiro de contar com Alex no Campeonato Brasileiro acabou. O armador, cujo contrato com o Fenerbahce vence em julho, revelou ontem estar prestes a renovar o compromisso com o clube turco por mais três anos. Se houver alguma reviravolta, seu destino será o Hertha Berlin, que lhe acena com tentatora proposta.
“Cheguei a pensar em voltar ao Brasil, particularmente ao Cruzeiro. Mas revi a posição, por causa da violência no país, com seqüestros de parentes de jogadores, e optei por permanecer na Europa até o fim da carreira. Jantei com o presidente do clube, mas não é fácil negociar com turco. Eles levam de 20 a 30 dias fazendo propostas e recebendo as pedidas, até acertar.”
O Fenerbahce contratou o atacante sérvio Kesman, por cerca de 3,5 milhões de euros anuais. Como Alex é a estrela do time e ídolo da torcida, está pedindo um pouco mais. Evita falar em valores, mas, por menos do que o novo companheiro, dificilmente renova. Como a oferta do Hertha é alta, o clube de Istambul precisa agir rápido, para não perder seu craque.
TÍTULO À VISTA
Alex diz que o acordo para ficar está próximo e não acredita em problemas. A equipe está prestes a ser campeã nacional pela segunda vez e briga pelo título da Copa da Turquia. “Fui vice-campeão da Copa, ano passado, e quero ganhá-la agora, juntamente com o Campeonato Turco. Só lamento não termos avançado na Copa da Uefa, depois da boa primeira fase. Este é o ano do centenário do clube, e queremos ganhar os dois títulos. Há uma promessa também do presidente de montar um grande time, para chegar bem à Liga dos Campeões.”
A decisão de continuar no futebol europeu até o fim da carreira foi tomada por Alex em consenso com a mulher, Daiane. Eles querem ver as filhas Maria Eduarda, que vai completar 3 anos, e Antônia, de cinco meses, crescendo na tranqüilidade do local. “No Brasil, a violência caminha a passos largos. Se voltasse, atuaria em São Paulo ou Belo Horizonte, cidades violentas. Quando retornar, pretendo morar em Curitiba, e até poderia encerrar minha carreira no Coritiba, mas isso não vai acontecer tão cedo. Estou com 29 anos e penso em jogar até os 36. Mas a qualidade de vida, com jogos somente nos fins de semana, e o tempo para a família me fazem pensar em ficar. No Brasil, a gente joga quarta-feira, sábado, domingo e não tem tempo de viver. Quero criar a Antônia, como estou criando a Maria Eduarda, com tempo para curti-la e vê-la crescer.”
Domingo, o Fenerbahce enfrenta o Ancara, em casa, e defende vantagem de seis pontos sobre o Besiktas. “Estamos a nove rodadas do fim da competição e precisamos garantir o título. Teremos cinco jogos em casa e quatro fora. Não podemos nos desconcentrar. É trabalhar para vencer as partidas e consolidar a conquista. Depois, renovar meu contrato e ficar mais três anos, pelo menos, em Istambul.”