CRUZEIRO PERDE DE VIRARA EM IPATINGA

O Cruzeiro sofreu a segunda derrota no Campeonato Mineiro, a primeira longe do Mineirão. O time celeste saiu na frente, mas levou a virada e perdeu para o Ipatinga, por 3 a 1, neste sábado, no Ipatingão. Araújo abriu o placar na etapa inicial, mas o atacante Ferreira, ex-Raposa, marcou duas vezes e Adeílson fechou o placar, no tempo complementar. O goleiro Fábio acabou deixando o campo como vilão, por causa do “frango” no lance que resultou no segundo gol dos donos da casa.
Mesmo perdendo, o Cruzeiro manteve a liderança isolada do Mineiro, mas ficou muito perto de ser alcançado pelo próprio Ipatinga, que voltou à vice-liderança. Os celestes continuam com 13 pontos, um a mais que o Tigre. Além da partida deste sábado, a Raposa perdera o clássico contra o Atlético, no dia 10 de fevereiro, por 3 a 1, também de virada. Foi a primeira vitória do time do Vale do Aço diante do Cruzeiro, no Ipatingão.
Temperatura elevada
Disposto a conquistar a terceira vitória consecutiva no Campeonato Mineiro, o que lhe permitiria manter a ponta na tabela, o Cruzeiro mostrou pouco futebol para alcançar o objetivo. Confuso no meio-campo, com muitos erros de passe, a Raposa começou burocrática. O Ipatinga, por sua vez, procurou tirar os espaços do adversário, apostando nas jogadas em velocidade no ataque.
Uma dificuldade certa para as duas equipes era o forte calor, o que contribuiu para que o jogo fosse um tanto cadenciado no começo. Mas foi o Cruzeiro quem chegou primeiro, duas vezes com Gabriel. Em seguida, Rômulo, em cruzamento, cabeceou à esquerda do gol de Rodrigo Posso. O Ipatinga, em contra-ataque, teve bom momento com Roncatto, que dominou na área mas chutou sem direção.
O lance animou a torcida e o time da casa, que por pouco não abriu o placar com o ex-cruzeirense Ferreira. Ele recebeu bom passe de Walter Minhoca, avançou sem marcação e encobriu Fábio. Mas a bola, caprichosamente, tocou na trave direita. O atacante incomodou novamente, em cabeçada que o goleiro celeste catou sem problema.
Aos 29min, o árbitro Alício Pena Júnior decidiu interromper momentaneamente a partida, para que os jogadores das duas equipes se hidratassem, amenizando os efeitos da alta temperatura no Vale do Aço. Reiniciado o jogo, os papéis se inverteram e o Cruzeiro passou a criar mais oportunidades. Tanto que saiu na frente aos 32min. Ricardinho cobrou escanteio, pela direita, e Araújo, esperto, testou para as redes. O atacante ampliou para seis gols a artilharia do Mineiro.
Em vantagem, o Cruzeiro teve mais tranqüilidade e segurou o resultado até o fim da primeira etapa. Ainda assim, chegou mais vezes ao ataque, duas com Ricardinho, em lances seguidos. A última oportunidade foi do Ipatinga, com Charles. O volante arriscou de longe e a bola quicou no gramado, dificultando a ação de Fábio, que mandou a escanteio.

REAÇÃO E O FRANGO

O segundo tempo começou com tudo. Ou melhor, o Ipatinga. O técnico Flávio Lopes trocou Roncatto por Adeílson, numa substituição acertada. Logo aos 20s, Adeílson aproveitou erro de Thiago Heleno, cruzou da direita e Ferreira, livre, tocou no canto esquerdo de Fábio. O empate incendiou a equipe do Vale do Aço, que correu em busca da virada.
Aos 5min, em outra falha de um defensor cruzeirense, o Tigre fez 2 a 1. Depois de cruzamento da esquerda, Ferreira desviou fraco, sem perigo, mas Fábio levou um autêntico “frango”. Ele tentou segurar a bola, que lhe escapou das mãos e foi para as redes. Um lance bisonho do camisa 1 celeste. A Raposa tentou se recuperar do duro golpe, mas ficou difícil conter o ímpeto dos donos da casa.
O Cruzeiro buscou a reação, mesmo em lances isolados. O problema estava na criação, pois tanto Marcinho como Geovanni, que teoricamente teriam a função de abastecer os atacantes, eram figuras decorativas em campo. Ricardinho até que tentou o chute de fora da área, mas a bola passou à direita de Rodrigo Posso, com perigo. Já o Ipatinga quase liquidou a fatura, mas Adeílson não aproveitou, depois de limpar o lance na área.
O técnico Paulo Autuori fez as alterações, trocou o meio-campo, mas não surtiu efeito. O time continuou com dificuldade para executar as jogadas ofensivas. Nenê, que entrara na vaga de Rômulo, teve a chance e chutou cruzado, mas Araújo perdeu o gol. O árbitro já anulara o lance, assinalando impedimento do atacante. Entretanto, a expulsão de André Luís, por reclamação, aos 36min, acabou com as esperanças celestes. O Tigre fechou o placar aos 49min; Walter Minhoca cruzou e Adeílson mandou para as redes.