quinta-feira, março 29, 2007

GRUPO ASSUME O ERRO

O sentimento mais cruel é o da derrota, quando se sabe que era possível fazer diferente. O zagueiro Fabrício Soares, um dos mais experientes do time do América, foi frio, duro e crítico ao analisar a queda do Coelho: “Dói muito. O momento é para ver o que está errado e reerguer o América, que não merece isso. Não queria entrar para a história do clube dessa forma. Mas faz parte do futebol, não conseguimos mudar a situação”. O rebaixamento também é visto por ele como um aprendizado: “O América voltará mais forte dessa experiência. Tem de mudar tudo. É importante fazer um trabalho a longo prazo”.
Cabisbaixo, atordoado com o desfecho da história, Fabrício também pede desculpas aos torcedores e agradece o apoio daqueles que jamais abandonaram o time: “A tristeza é imensa. Corre sangue na veia, temos família, lutamos no dia a dia e, agora, temos de levantar a cabeça para seguir em frente”. O zagueiro fez questão de ressaltar: “Tentamos fazer o melhor”.
O presidente Antônio Baltazar foi sincero no mea-culpa: “O sentimento é de perda. De dor. O time que montamos não teve o que queríamos. Não foi uma equipe identificada com a história e a tradição do América”. Sem medir palavras, o dirigente reconheceu os erros: “A restruturação que implantamos não deu certo. Assumimos que cometemos grandes erros. Há também a grande dificuldade financeira que, assumo, não é justificativa pelo que aconteceu”.
Consciente, Baltazar disse que agora é preciso encontrar outros rumos: “Não deu certo. Então, vamos buscar um novo caminho. Temos de trabalhar em um projeto extracampo e fazer uma reflexão. São necessárias mudanças mais fortes no futebol”.
ESPERANÇA
O dirigente, mesmo com o rebaixamento irreversível, ainda mantém uma chama de esperança. Ele quer esperar o último jogo no Independência, em 8 de abril, contra o Democrata-SL, e uma decisão do TJD sobre um erro de inversão de mando de campo no clássico com o Cruzeiro, no Mineirão, quando o Coelho era o mandante: “O Tribunal vai decidir essa questão e, na minha visão, temos seis pontos a disputar”.